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quinta-feira, 22 de abril de 2010

MODOS DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES DE TRABALHO

MODOS DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES DE TRABALHO

A formação de uma sociedade é de uma complexidade muito grande, pois, não se consegue facilmente determinar o que originou o modo de produção de uma comunidade qualquer. Sabe-se, a princípio, que o termo modo de produção é uma abstração que serve para designar a evolução histórica e prever os caminhos políticos aonde essa comunidade pode chegar. Isto se pode constatar, quando se estuda a primeira sociedade em que o homem viveu, numa retrospectiva ao homem da caverna até o hodierno homem da informática e do futuro. O modo de produção tenta mostrar a formação de uma sociedade, as suas relações e inter-relações frente a uma complexidade que cerca o ser humano de todas as épocas.
De maneira mais simples, o modo de produção é o como se produzir, porém, este modo de produzir envolve uma complexidade tão grande que seu conceito não se lim a esta simplicidade, pois, além do aspecto técnico que envolve este termo, existe também o seu lado político de análise. Segundo MARX (1876), pode-se entender o modo de produção, como sendo uma estrutura global constituída de estruturas regionais, tais como: estrutura econômica, considerada a infra-estrutura; a estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica, que são consideradas como super-estruturas. Esta constituição demonstra difícil performance de entendimento dos modos de produção de uma determinada sociedade.
Para Eduardo FIORANTE (1978)65, o modo de produção é uma combinação específica de diversas estruturas e práticas que, em combinação, aparecem como instâncias, ou níveis, isto é, como estruturas regionais com uma autonomia e dinâmica próprias, ligadas a uma unidade dialética. Este conceito de Fiorante está muito atrelado ao pensamento marxista, visto que MARX analisa os modos de produção dentro de estruturas como colocados anteriormente. Por outro lado, sente-se a dificuldade de caracterizar em um país, ou em uma nação o seu modo de produção, geralmente não se encontra um só modo de produção, sim, diversos modos de produção bastante influentes. Desta feita, pode-se caracterizar um modo de produção de um país, pelo que predomina e isto já constitui grande dificuldade.
Alguns autores costumam, numa seqüência histórica e cronológica, mostrar os modos de produção da seguinte maneira: o comunismo primitivo, a escravatura, o asiático, o feudalismo, o capitalismo, o socialismo e o comunismo, estes dois últimos são esperados. Diz-se que o comunismo primitivo foi a primeira forma de modo de produção, onde não existia o excedente (só não existia na idade peleolítica) e, por conseguinte, o mercado. É neste período que não existe o Estado e, portanto, classes sociais e todos são iguais na comunidade. A escravatura já é considerada a forma mais antiga de exploração do homem pelo homem. Este modo de produção, caracteriza-se pelo trabalho servil e o senhor vive do sobre-trabalho alheio.
É caracterizado de baixa tecnologia e fraca produtividade do trabalho. O asiático, muitos não chegam, nem a conceituá-lo, porém, pode-se dizer que aqui não existe a propriedade privada e, (sim) decisões de comunidade, uma contradição. Para o feudalismo, o que predomina é a exploração dos camponeses pelos senhores fundiários. São constituídos os feudos, os senhores feudais vivem de renda fundiária. Já o capitalismo, caracteriza-se pelo pagamento de um salário, entretanto, o capital é de propriedade daqueles que possuem um certo recurso. Porém, o socialismo e o comunismo constituem etapas futuras, caracterizados pela semi e/ou total igualdade de todas as nações. Alguns autores caracterizam o socialismo como uma transição ao comunismo puro, visto que neste último, desaparecem o Estado e as classes sociais.
Quanto ao processo de trabalho, constata-se que no comunismo primitivo, todos os membros (adultos válidos) da comunidade são produtores, não há divisão do trabalho, mas, sim, divisão de tarefas. Todos participam do processo produtivo, porque não há diferenças entre as pessoas. Para o processo de produção escravagista, o escravo tem que retornar ao seu dono, o investimento contraído, isto faz com que o escravo tem que trabalhar o máximo possível, ficando com pouco tempo para a produção de sua subsistência, visto que o seu proprietário não lhe dá comida.
No feudalismo, o processo de produção difere, aqui existe a relação senhor feuda/camponeses dependentes, ou vilões. Aqui a tecnologia é fraca no início. Os camponeses trabalham em suas terras, são obrigados a dedicar parte da semana ao cultivo da cultura do senhor, além de doar parte de sua produção. Entretanto, para o capitalismo, o trabalhador é autônomo, mas, para sobreviver tem que vender sua força de trabalho ao dono do capital, recebendo em troca um salário pequeno para uma produção excessiva.
O capitalismo vive só sobre-trabalho do operário, do excedente que acumula e concentra cada vez mais sua riqueza. O trabalhador pensa que o salário que recebe é um pagamento justo pela sua jornada de trabalho, mas, não entende que isto representa uma pequena parte e a maior parte apropriada pelo dono do capital, o trabalhador não recebe. Ao capitalismo só serve o trabalhador competente, pois, existem diversos mecanismos a favor do capitalismo que lhe assegura seu alto lucro e mais-valia. O socialismo é um processo de transição, porém, o comunismo constitui-se numa distribuição igualitária, todos são produtores indistintamente e não há excedente em mãos privadas.
Hoje é difícil de se compreender o modo de produção de uma nação pela própria diversidade regional que existe, pois, é fácil constatar, pelo menos, dois ou mais modos de produção em qualquer país. Nota-se região altamente capitalista e dentro desse próprio capitalismo resquícios de primitivismo, de feudalismo, de escravismo, etc. Inter-regionalmente, também se encontram esses modos diferentes, sem contar que o Estado domina a economia como um todo. Afinal de cantas que sistema rege esta nação? É capitalista? É socialista? Ou é misto, como preferem chamar os americanos? A própria Rússia não é um país comunista e está muito longe de o ser, pois, os processos de trabalho neste país, só mudaram de nome frente ao sistema capitalista, apenas o Estado é quem é o todo poderoso do pobre assalariado do campo.
Se no capitalismo, o grande capital domina o poderio econômico e o sistema, no comunismo é o Estado quem exerce este poder de dividir as atividades do trabalho e apropriar para redistribuir à cúpula dirigida do Estado, no entanto, o povo em geral sempre fica com a mínima parte de seu esforço. Portanto, não se constata uma diferença entre essas duas ditaduras, pois, precisa-se de uma nova ordem econômica mundial que não seja a capitalista monopolista, nem a pseudo-comunista soviética estatal.

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